As empresas do setor de compras coletivas mostraram seu poder durante o ano de 2011. O boom do e-commerce brasileiro trouxe à tona consumidores ávidos por comprar produtos e serviços com descontos de uma maneira que nunca imaginamos. Se há alguns anos, ouvíamos a frase “Vai demorar para as pessoas comprarem pela Internet”, acompanhamos ao vivo a quebra desse tabu.
Mas, qual é o real cenário do varejo online brasileiro? Ao longo do ano, observamos o fenômeno dos sites de compras coletivas e e-commerce’s crescerem absurdamente, criando uma certa saturação do mercado. No entanto, nos deparamos com um quadro de “saturação X crescimento”, pois, se por um lado o mercado parece ter mais do mesmo, sem espaço para novos projetos, por outro, algumas empresas contrariam essa premissa e expandem seu setor. E que empresas são essas, que encontram um público que consome e se torna cada vez mais fiel? São os sites segmentados, como pet shops, serviços hoteleiros, de cursos e sites com ofertas de produtos e serviços regionais, que crescem com seu público delimitado. Um tiro certeiro!
Em junho de 2011, o mercado online brasileiro tinha 1.890 sites de compras coletivas e 73 sites agregadores de ofertas, somando 1.963 portais (levantamento do site Bolsa de Ofertas). O estudo apontava um aumento de 84% em relação a fevereiro. Atualmente, 39% dos sites de compras coletivas estão fora de operação.
Alguns especialistas acreditam que os pequenos não sobreviverão, a menos que sigam o modelo de segmentação do serviço (aparentemente, é a melhor aposta para conquistar uma boa posição no mercado).
As mudanças devem ocorrer agora, depois da consolidação de um cenário bem novo. Alguns gigantes das compras coletivas, como o Groupon, abriu o mercado que reuniu US$ 700 milhões de investimento para a companhia. Esse resultado foi extremamente animador, visto que em setembro deste ano o grupo divulgou prejuízo líquido de US$ 214,5 milhões nos três primeiros trimestres de 2011.
Fato é que o ano de 2012 promete ser um ringue para esses players. Atualmente, são 17 milhões de pessoas cadastradas em sites de compras no Brasil, segundo levantamento nacional do Ibope Nielsen Online, realizado em maio deste ano. Além do fator “número de cadastros desatualizado”, devemos levar em consideração dois outros fatores extremamente relevantes: menos da metade da população brasileira tem acesso à internet banda larga e, dos que tem acesso, 80% dos usuários não adquirem bens pela web porque não acham seguro ou têm receio quanto a qualidade do produto (InfoMoney).
O grande álibi do comércio online tem sido as redes sociais. O compartilhamento das redes é uma espécie de boca a boca da web. O engajamento dos usuários, dos fãs das páginas e as indicações de produtos e serviços viralizam as ofertas de forma explosiva. Outro passo importante é a tendência das lojas virtuais do Facebook, o social commerce, um canal que permite maior interatividade dos parceiros das empresas com seus potenciais consumidores. Já o Mobile commerce deve aguardar alguns meses, pois depende da telefonia móvel 3G do país, uma das piores do mundo, com baixa qualidade e poucos usuários.
A Media Factory quer saber: quais são os caminhos que o comércio online brasileiro pode tomar? Deixe sua opinião!
Com informações das revistas Exame, Info e InfoMoney.